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09/10/2021

Nenhuma  reformulação será feita no currículo do curso normal sem que a comunidade escolar seja ouvida. A garantia foi dada por representantes da Secretaria Estadual de Educação na audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia para discutir a política de formação de professores em nível médio na rede estadual de ensino. O encontro, que ocorreu em ambiente virtual na manhã desta sexta-feira (8), foi proposto pela deputada Sofia Cavedon (PT).

Assessora do Departamento Pedagógico da Seduc, Taís Nogueira afirmou que alterações estão no radar da pasta, mas que o objetivo é qualificar o curso, torná-lo mais atrativo e continuar promovendo a abertura de turmas e a inserção de alunos.

Atualmente, 95 escolas no Rio Grande do Sul oferecem curso normal para 8720 (curso normal e curso normal e aproveitamento de estudos). Só em 2021, segundo Taís, 57 novas turmas de curso normal com reaproveitamento de estudos foram homologadas. “O Rio Grande do Sul é um dos poucos estados que ainda mantém curso normal, e a prática pedagógica, que dá ao aluno uma visão da realidade da sala de aula desde o primeiro ano, é uma característica nossa”, reconheceu.

Uma das principais preocupações dos professores e alunos que acompanharam a audiência é que a nova matriz curricular do Ensino Médio atinja justamente a carga horária das atividades didáticas, acabando com o diferencial, que é considerado positivo. “Isso não pode ser transformado em itinerário formativo. Se quisermos profissionais qualificados, precisamos de um curso normal integrado e não fracionado”, alertou o vice-diretor do Instituto Estadual Visconde de Cairu, de Santa Rosa, Júnior Alessandro.

Já o vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, Oswaldo Dalpiáz afirmou que, da parte do órgão, não há qualquer possibilidade chancelar o fim do curso normal no Rio Grande do Sul. Reconheceu, no entanto, a necessidade de adequá-lo ao novo Ensino Médio. “O Conselho ainda não tem uma grande definição sobre o tema, que deverá ser discutido nas próximas semanas. Mas acredito que não há como se afastar da lógica da atualização e do fortalecimento”, adiantou.

Boas Práticas

Durante a audiência pública, professores e alunos de cinco estabelecimentos que oferecem curso normal no estado – Instituto General Flores da Cunha, a mais antiga escola de formação de professores do Brasil; Instituto Educacional Cristo Redentor, de Cândido Godói; Instituto Tiradentes de Nova Prata; Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Fernandes Coser, de Santa Maria, especializada na formação de professores surdos; e Instituto Estadual Visconde Cairu, de Santa Rosa – apresentaram boas práticas das instituições que representam e falaram da importância do curso para sociedade.

Antes de encerrar a audiência, Sofia Cavedon ressaltou que a crise do curso normal não é obra das escolas, mas da desvalorização do magistério, promovida por sucessivas políticas governamentais. Anunciou também que dia 22 de outubro haverá nova audiência para tratar da alfabetização.

Texto: Olga Arnt

 
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