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18/03/2015




No  período das comunicações de lideranças da sessão plenária do último dia 17, o deputado Enio Bacci (PDT) agradeceu ao Parlamento pela homenagem ao coronel Emílio Neme, falecido, que teve ativa atuação política e sempre esteva ao lado de Leonel Brizola nas lutas pela redemocratização. O parlamentar referiu ainda a notícia do anúncio do prefeito de Porto Alegre de se afastar do Partido Democrático Brasileiro (PDT) e solicitou que ele reveja a sua decisão.

Bacci adiantou que utilizará o Grande Expediente da sessão plenária de quarta-feira (18) para tratar da mobilização realizada no último domingo no país e que teve como alvo a corrupção.

O deputado Bombeiro Bianchini (PPL) subiu à tribuna para defender a chamada dos concursados para a Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Superintendência de Serviços Penitenciário (Susepe). Ele adiantou que está apresentando um projeto de lei especificando que nos editais de concursos estejam descritos o número de vagas a serem preenchidas.

Jorge Pozzobom (PSDB) utilizou a tribuna para discorrer sobre a manifestação realizada no dia 15 de março, como sendo um marco da história brasileira e que reuniu a população para protestar majoritariamente contra a corrupção. Para ele, a manifestação produziu como primeiro resultado a prisão de Renato Duque, um dos indiciados na operação lava-jato.

O deputado Maurício Dziedricki (PTB) utilizou a tribuna para comemorar a federalização da RSC-470, que agora se denomina BR-470, que ocorreu na manhã desta terça-feira. Ele destacou que a federalização da rodovia foi um trabalho desenvolvido por diversas secretarias de Estado e que fortalece a infraestrutura de transportes do Rio Grande do Sul. Ele convocou os parlamentares para a luta na busca de recursos federais para o Estado.

Elton Weber (PSB) subiu à tribuna para registrar que a CTB fez um ato no Tribunal de Justiça do Estado solicitando a aprovação do reajuste no piso regional. Ele também mostrou sua preocupação com a questão que envolve a filantropia da Emater, que já não estaria mais valendo e que, em se confirmando, causaria enormes prejuízos à sociedade gaúcha. Adiantou que proporá a realização de uma audiência pública para debater a questão.

O deputado Luiz Fernando Mainardi (PT) utilizou a tribuna nesta tarde para destacar as manifestações ocorridas no último domingo, definindo-as como democráticas, salvo exceções. Criticou os saudosistas do regime ditatorial e aqueles que não aceitaram o resultado da última eleição presidencial. Para ele, a corrupção que hoje vemos é investigada por instituições democráticas, diferentemente do que ocorreu em outras épocas. Disse que a corrupção choca a todos e precisa ser entendida e combatida por todos, mas sem prejulgar aqueles que hoje aparecem nas listas como envolvidos e nem criminalizar as instituições.

Pedro Pereira (PSDB) subiu à tribuna para rebater o parlamentar que o antecedeu destacando que a presidenta Dilma não cumpriu o que havia prometido durante a campanha eleitoral e que também por isso hoje é cobrada nas ruas. Criticou a escolha do Ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli para ser o relator do processo que investiga os envolvidos na operação Lava Jato.

Também destacou as dificuldades que estudantes estão enfrentando para o recadastramento no FIES, o que foi alcançado por somente 850 mil estudantes. Ele relatou que estão anunciando prorrogação até final de abril, mas manifestou preocupação com aqueles que ainda não conseguiram. Também falou das manifestações promovidas pelo MST em 16 estados e no Distrito Federal, inclusive relatando acidente em Aracaju, com morte de três pessoas. Cobrou a presença policial, que não agiu contra o MST como fez contra os caminhoneiros no Rio Grande do Sul. Alertou para a chegada do abril vermelho, mês do calendário de lutas do MST e fez recomendações sobre projeto de municipalização da reforma agrária.

O deputado Marcel Van Hatten (PP) disse que o dia 15 de março foi um dia de história da oposição civil e democrática do país, quando os brasileiros foram às ruas protestar contra a corrupção e os desmandos da classe política, independente de partido. Segundo ele, as críticas foram também contra a presidente Dilma Rousseff e o PT. A mandatária da Nação acusou o golpe, resumiu da tribuna, mas tentou terceirizar a culpa atribuindo tudo à corrupção, recusando-se a admitir sua culpa como governante. Caso seu partido, o PP, tenha corruptos, "todos dividirão a mesma cela da Papuda com o PT", avisando, ainda, que qualquer reforma política vinda do PT não terá legitimidade. Reclamou a omissão da presidente Dilma em olhar o povo, depois de domingo, mandando falar seus ministros. Rejeitou a presença da CIA na organização do protesto, dizendo que nenhum manifestante recebeu R$ 35 ou pão com mortadela para ir às ruas. Para ele, o PT perdeu sua base social e legitimidade e, por isso, acusa todos que protestam de golpistas. Lembrou que no passado, o partido gritou contra Fernando Henrique, mas agora, pedir impeachment de Dilma é golpe. Frisou que os protestos voltam dia 12 de abril e quantas vezes foram necessárias, até que o governo caia de podre.

O deputado Luiz Fernando Mainardi (PT) anunciou ato em Brasília, no ministério dos Transportes, de federalização da BR-470, com a presença do governador José Ivo Sartori, do ministro Antônio Carlos Rodrigues, do ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, e do deputado Ronaldo Santini (PTB), que, segundo ele, teve atuação decisiva, durante o governo Tarso Genro, em favor desta medida. Sugeriu que Santini faça um trabalho de conscientização com prefeitos dos municípios que abrigam a rodovia, em favor da obra. Cumprimentou o ex-secretário do Planejamento, João Motta, também responsável pela iniciativa, que retira 234 quilômetros de manutenção da rodovia da responsabilidade do Estado. Disse que foi uma luta empreendida pelo governo Tarso Genro, saudando a presença do governador Sartori na formalização da federalização.

A deputada Miriam Marroni (PT) lembrou do período pré-democratização, dos anos 70, referindo-se aos resquícios da ditadura militar naquele período. Valorizou a liberdade da população em se manifestar, agora, livremente, mas lamentou os cartazes que pediam, nas manifestações de domingo, a volta dos militares. Alertou que nesse regime as manifestações são reprimidas, a opinião é calada e atribuiu responsabilidade a setores da imprensa monopolista, que desperta uma visão distorcida sobre os problemas nacionais, colocando as instituições sob suspeita e repetindo continuamente que o país enfrenta grave crise econômica, gerando desconfiança no mundo da política. Segundo ela, foi a classe média que tomou as ruas do país, não alcançando 36 milhões de pessoas que saíram da miséria no período de governo Lula e Dilma, aqueles que estão empregados e incluídos pelo Prouni. Para ela, a indignação é contra a corrupção e levou 60% dos manifestantes às ruas, também atribuindo ao PT. Repetiu a frase da presidente Dilma, de que a corrupção é uma senhora idosa.

O deputado Tiago Simon (PMDB) destacou as 100 mil pessoas em Porto Alegre e 1 milhão em São Paulo, mas foi a incapacidade do PT em compreender o recado dos brasileiros que surpreendeu o parlamentar. Ele referiu a arrogância e insensibilidade social do PT, quando desqualifica as pessoas e questiona a legitimidade da manifestação apenas focando as faixas que pediram a volta dos militares, ignorando o alcance do protesto. Defendeu o direito de manifestação do dia 15 que, diferente do ato patrocinado pelos sindicatos, levou a juventude às ruas para pedir um governo decente. Para ele, "o país vive o maior esquema de corrupção da história através de uma quadrilha organizada, que repete o Mensalão". Criticou o ministro do STF, Dias Toffoli, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, dizendo que as indicações e a relação com os advogados das empreiteiras revoltaram as pessoas. "Mais do que tirar o PT do governo, o que move as pessoas é um sentimento de justiça", afirmou. Ele reconhece que outros governos também erraram, mas o governo Dilma precisa dar respostas concretas, não basta dizer que a corrupção é uma senhora idosa, mostrando os erros do governo de coalizão, que institucionalizou a compra de parlamentares e de votos.

O deputado Nelsinho Metalúrgico (PT) valorizou as manifestações dos dias 12 e 13, que, na sua opinião, cumpriram importante papel. Disse que no dia 15, houve um teor fascista e apelo à destruição da democracia, referindo-se às faixas pedindo a volta da ditadura militar. Neste caso, avisou, o Parlamento é fechado. Para ele, houve quebra da ordem constitucional e tentativa de ataque ao resultado eleitoral, porque mesmo dois milhões de pessoas não superam 55 milhões que votaram em Dilma. Reconheceu o valor da manifestação, mas disse que foi convocado pelos que perderam a eleição e agora voltaram com pauta seletiva, para atacar o PT. Pediu explicações ao partido que no Estado recebeu R$ 150 mil de mesada e sua influência no resultado eleitoral. "É preciso passar o Brasil a limpo, combater a corrupção na relação das empreiteiras e dos fornecedores do Estado, a forma como o Congresso Nacional é eleito e as emendas parlamentares, com reforma política e proibição dos que contribuem com campanhas em negociar com o poder público".

O deputado Marcel Van Hatten (PP), em nova intervenção, chamou os discursos da bancada do PT de esquizofrênicos, repetindo que as manifestações defenderam a democracia. Disse que os líderes petistas lutaram pela redemocratização mas ainda andam de braços com Fidel e outros ditadores pelo mundo. "Os que pediram a volta dos militares foram infiltrados pelo PT", afirmou. "O PT não consegue dar as respostas que a população pede e continua omisso".

O deputado Juliano Roso (PCdoB) lembrou da definição que encontrou em Frederico Westphalen, onde lecionou, quando foi indagação se agia como um “Lacerdão”, referência ao ex-governador do Rio de Janeiro e líder de direita que em 64 pretendia ser presidente da República e, com o golpe militar, acabou sendo impedido. Mas “Lacerdão”, explicou, no município define os seguidores do PP, ex-PDS e ex-Arena, que disputam o espaço político com o PMDB. Segundo ele, os lacerdinhas atuais, iludidos, podem ameaçar a democracia. Reconhece legitimidade nos protestos: "a democracia foi conquistada para ter o direito ao protesto e discordar", mas observou que não dá para confundir com ódio a um partido, a uma ideologia, porque isso é fascismo. Reconheceu a crise política, que exige acertos na economia, mas a oposição, derrotada nas urnas, tem que se preparar para as próximas eleições, porque tentar derrubar a presidente eleita é golpismo.

O deputado Pedro Pereira (PSDB) refutou pronunciamento da deputada petista Miriam Marroni, por ter culpado a imprensa pela crise que enfrenta o país. “Quem estava na rua – frisou - era o povo; pais, filhos, estudantes e não eram os ricos, até porque ricos no país são poucos", observou, para afirmar que o povo “não aguenta mais é roubalheira”. Ainda criticou o PT, “que tanto defende as políticas eleitoral e tributária”, por não tê-las feito durante 12 anos de governo com a maioria no Congresso.

A deputada Manuela d’Ávila (PCdoB) também tratou dos movimentos do último domingo, observando que “não teria como caminhar com os investigados da lava-jato do Rio Grande do Sul, que são de um dos partidos que estavam nas manifestações, porque jamais na minha vida consegui fazer um discurso diferente da minha prática”. Ainda defendeu uma reforma política no país, como forma de acabar com as campanhas milionárias.

 
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