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20/06/2013

A   Offshore Technology Conference (OTC), realizada no último mês de maio, em Houston, Texas é um dos mais importantes eventos da atualidade para o desenvolvimento dos recursos offshore, atraindo, neste ano, mais de 100 mil participantes de 40 paises. A iniciativa proporcionou atualização de projetos, novas aplicações e soluções para o setor. Lá estavam reunidos operadores independentes e as maiores de companhias nacionais de petróleo (NOCs) do planeta, apresentando seus planos de expansão e crescentes responsabilidades com a indústria global.
Entre os destaques, a presença da nossa Petrobras, capitaneada pela presidente Maria das Graças Silva Foster. Chamaram a atenção os 311 mil barris/dia produzidos pela companhia a partir do Pré-Sal, com um índice de sucesso de 82% – o maior do mundo de óleo e gás em atividades offshore. Tecnologia de ponta, especialmente quanto aos recordes da primeira FPSO (navio-plataforma flutuante de produção, com capacidade de estocagem e escoamento) no Golfo do México, a BW Pioneer. Esta é a unidade de produção em maior profundidade em funcionamento: 2,5 mil metros. Ênfase para os dispositivos de segurança da plataforma, como o sistema de ancoragem desconectável, possibilitando, no caso de um furacão, que o navio possa ser desconectado.
Em evidência, também, o volume de investimentos de US$ 236,7 bilhões previstos até 2017. Graça Foster afirmou que até 2020 a empresa terá dobrado de tamanho e produzirá diariamente 4,2 milhões de barris de óleo. A estatal está revisando sua carteira de projetos objetivando o potencial de gás onshore (em terra), principalmente de reservas não convencionais (gás de xisto), que também são significativas.
De acordo com a Petrobras, existe a necessidade de ampliar a capacidade da indústria naval e dos estaleiros para atender a nova demanda. Assim, pretende expandir o regime de parcerias internacionais, para contornar os gargalos tecnológicos existentes. Se, por um lado, atrai grupos de fora do País e estimula associações com empresas brasileiras, por outro, reafirma a obrigatoriedade do conteúdo local na exploração e produção na ordem de 65%.
Para auxiliar na compreensão do que representam os investimentos da Petrobras no total previsto no Brasil nos próximos anos, temos que os recursos investidos em óleo e gás até 2015 devem alcançar R$ 354 bilhões, enquanto a previsão nas demais principais áreas (mineração, automotivo, papel e celulose, químico, eletrônico, aço, têxtil, saúde, aeroespacial) juntas, gira em torno de R$ 250 bilhões.
Neste contexto, o Rio Grande do Sul, que não se conforma com o rótulo se ser o Estado que menos cresceu na última década, deve se posicionar. Para tanto, o governo e o setor produtivo adotam uma postura receptiva para novos empreendimentos, desenvolvem processos de gestão inovadores e eficientes e mudam o ambiente, assumindo o protagonismo necessário para inverter a curva e retomar o crescimento da economia.
É adequado que o empresariado gaúcho amplie seu conhecimento das oportunidades da indústria offshore no Brasil e no Rio Grande. Vários já atuam na área, com sucesso. A Petrobras reconhece o nosso crescimento com qualidade. A associação da empresa Koch com a austríaca Palfinger Dreggen para o fornecimento de 28 guindastes é apresentada como case de sucesso. A AGDI e a Fiergs trabalham neste sentido.
Reconhecendo este potencial, o governo estadual desenvolveu uma política que transformou o conceito geográfico de polo naval em um conceito de desenvolvimento de uma extensa e produtiva cadeia, que se expande às margens das hidrovias e recebe a contribuição da indústria tradicional de outras regiões.
As universidades instalam parques tecnológicos que sevem de verdadeiras usinas de ideias. A rede de ensino técnico e as instituições ligadas ao setor produtivo ampliam as vagas para formação de profissionais.
Obras de infraestrutura de iniciativa dos governos federal, estadual e municipais se somam e reduzem o déficit histórico. Planos diretores, serviços públicos, energia, comunicações, reestruturação dos aeroportos, duplicação de pontes e rodovias, resgate do transporte ferroviário, aproveitamento das hidrovias, modernização dos portos são temas recorrentes em nossas agendas e começam a sair do papel.
Ainda no que se refere a ações indispensáveis do setor produtivo, da academia e do Estado em conjunto, se impõe: a instalação de um centro de excelência em pesquisa e desenvolvimento para a indústria naval no Rio Grande do Sul para gerar ciência e tecnologia.
Com igual importância, é indispensável pensar e planejar o futuro para além do Pré-Sal. A experiência acumulada indica que o processo de um polo naval é finito, ou, pelo menos, cresce, tem um apogeu e após um certo período, declina. Logo, deve servir como base para, desde agora, projetarmos o amanhã e garantirmos um novo ciclo que comece daquele patamar e garanta os benefícios deste boom do petróleo nos mares brasileiros, também, para as próximas gerações.
São estes os nossos bons desafios.

 
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