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26/07/2022

Na  manhã desta quarta-feira (27), o ex-diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e ex-ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome e presidente do Instituto Fome Zero, José Graziano da Silva, foi recebido na Sala da Presidência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS). Ele veio para participar da 8ª Conferência de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do RS, evento que tem apoio do Fórum Democrático da ALRS. Graziano foi recebido pelo superintendente-geral da Assembleia, Genil Pavan.

Conforme José Graziano, a situação no Brasil é mais grave que a imprensa tem noticiado, informando que existem 33 milhões de pessoas passando fome. Segundo ele, é preciso se fazer uma correção do ponto de vista das estatísticas internacionais, as quais consideram o quadro para quem está em insegurança alimentar grave, mas também os que estão em situação de insegurança alimentar moderada, que não comem as três refeições por dia. “Então, na verdade, é preciso somar. São 65 milhões no Brasil hoje passando fome, a população da França. Temos uma França de famintos no Brasil. Eu nunca tinha visto uma reversão tão forte, exceto em momentos que tivemos grandes secas no passado na região Nordeste”, afirmou.

O cenário obriga a uma ação imediata, declarou o ex-diretor-geral da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO). “Infelizmente o governo federal só acordou agora, às vésperas das eleições para reavivar os programas de auxílio emergencial. Tem que ser feito, mas não só no período eleitoral”. E acrescentou: “Tem que continuar, essa fome não vai passar, com esse nível inflacionário que nós estamos vivendo, tão rapidamente. Até que a economia reative, gere empregos, melhore os salários, o governo tem que ajudar os mais pobres”. Segundo ele ressaltou ainda, hoje a fome não está apenas no Nordeste, mas é um problema nacional.

Nesse sentido, elogiou as iniciativas do Parlamento gaúcho para conscientize a parcela da população que não passa fome para que venha auxiliar e enfrentar essa batalha, com o movimento Rio Grande Contra a Fome, lançado em junho. “A sociedade tem que tomar consciência. Ela que decide acabar com a fome, não um governo de plantão”, destacou, lembrando que a Assembleia é instância imediata da população. "A sociedade é que tem de estar consciente de que não pode conviver com esse flagelo em pleno século 21", finalizou.

O superintendente-geral e a coordenadora-executiva do Movimento Rio Grande contra a Fome, Paola Carvalho, agradeceram a presença de José Graziano e destacaram o trabalho da Assembleia Legislativa neste ano, na presidência de Valdeci Oliveira, que tem tomado a frente de ações para desenvolver o combate à fome no estado, agregando os Poderes e sociedade nesse sentido. Ela afirmou que o problema se aprofundou com o desmonte de políticas públicas. Na ocasião, foi entregue projeto de Valdeci que trata da instituição de uma política de renda básica no Rio Grande do Sul.

A Conferência
Nesta quarta (27) e quinta-feira (28), no Teatro Dante Barone da ALRS, ocorre a 8ª Conferência de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do RS. O evento é organizado pelo Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do RS (CONSEA-RS) e conta com o apoio do Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional da Assembleia Legislativa. Mais informações aqui.

Participaram da audiência o superintendente de Comunicação e Cultura, jornalista Tiago Machado; o coordenador do Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional, Ricardo Haesbaert, integrantes de Conseas e da equipe da presidência da ALRS.




Texto: Claudia Paulitsch
Foto: Joaquim Moura

 
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